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Id: | 15596
| Autor: | Lana, Francisco Carlos Félix
| Título: | Políticas sanitárias em hanseníase: história social e a construção da cidadania ?-
| Fonte: | Ribeirão Preto; s.n; 1997. 305 p. .
| Tese: | Apresentada a Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto para obtenção do grau de Doutor.
| Resumo: | O objeto deste estudo está delimitado pelo desenvolvimento histórico das políticas sanitárias em hanseníase e o processo de construção da cidadania dos indivíduos que se submeteram a esse controle sanitário. Três recortes teóricos nos orientaram: Saúde e sociedade - prática médica e políticas sociais; Cidadania, democracia e a constituição do sujeito histórico social; e Estigma como categoria entre hanseníase e cidadania. A tentativa de análise abrangeu 60 anos de história da Colônia Santa Izabel. Trata-se de um estudo do tipo exploratório, de natureza qualitativa, para o qual usamos dois instrumentos: história de vida e análise documental. O confronto entre políticas sanitárias e movimentos dos hansenianos nos permitiu estabelecer três cortes históricos. O primeiro, da institucionalização da Colônia Santa Izabel, é marcado pelo isolamento compulsório, que gerou exclusão social e cerceamento de liberdade. Os doentes resistiram ao controle coercitivo com fugas e modos próprios de viver. O segundo período caracteriza-se pela possibilidade de cura com a dapsona e a adoção do isolamento seletivo. Os doentes e seus familiares empreenderam a construção do Arraial de Limas, na periferia da Colônia, num processo de resistência e solidariedade. O terceiro período coincide com a desativação das colônias e a elaboração de um novo discurso: "doença igual as outras". No plano dos doentes surge o Movimento de Reintegração do Hanseniano, cuja matriz discursiva para a sociedade e o Estado é a luta contra discriminação e pela reintegração social. Os doentes internados na Colônia procuram incorporar aos direitos "adquiridos" através da tutela do Estado, o direito de ter direitos sobre o espaço da Colônia, seu novo "esquadrinhamento", incluindo a legislação dos lotes, a posse da terra, a preservação do patrimônio histórico e cultural, a convivência, a paz e a solidariedade. A possibilidade de transformar a Colônia num bairro comum, questões como espaço, tempo, possibilidades sociais, tutela, liberdade e cidadania, expõem uma contradição histórica desse grupo social representada por categorias tais como "antigo" e "novo", "dentro e fora", lepra e hanseníase. Concluimos que os fenômenos sociais se definem na articulação que se estabelece entre o campo socialmente estruturado e as determinações cotidianas das experiências singulares próprias dos sujeitos envolvidos nas tramas. Estudos dirigidos para grupos sociais excluídos e marginalizados, como os hansenianos, marcados(AU).
| Descritores: | Hanseniase/historia Hanseniase/epidemiologia Politica de Saude Isolamento Social Hospitais de Dermatologia Sanitaria de Patologia Tropical Direitos Humanos
| Localização: | BR191.1; WC335.11, L22p |
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